Por Murilo Bássora
ÍNDICE
Você sabe o que é o Capital de Giro e qual sua importância para a saúde financeira do seu negócio? Entenda como calculá-lo, os tipos, impactos e como o gerenciamento correto garantirá o funcionamento e crescimento das operações na sua empresa!
Um dos conhecimentos mais básicos para todo empreendedor é sobre o conceito de capital de giro, independentemente do porte ou segmento da empresa. Afinal, ele é um dos pontos que garante a saúde financeira do seu negócio, então, a falta dessa reserva pode levar sua empresa à falência.
Por isso, preparamos este guia para ajudar você a entender os principais elementos do capital de giro e as melhores práticas que englobam essa gestão.
O que é capital de giro?
O Capital de Giro são todos os recursos financeiros que a empresa tem para arcar com seus custos operacionais, ou seja, manter o negócio em pleno funcionamento.
Esse ativo circulante se concentra não somente no caixa, mas também em investimentos de alta liquidez (que podem ser resgatados a qualquer momento), em contas bancárias ou em outro lugar que possa ser facilmente acessado, para cumprir as obrigações do empreendimento, que englobam:
- salários;
- tributos;
- internet;
- energia;
- água;
- compra de estoque;
- aluguéis.
É claro que a empresa tem outros recursos, por exemplo, em investimentos fixos, como veículos, maquinário e imóveis. No entanto, não são ativos que podem ser utilizados prontamente para custear as operações.
Quais são os tipos de Capital de Giro?
Quando falamos em giro de negócio, vale destacar que existem diferentes modalidades para cada necessidade. A seguir, vamos conferir cada uma delas:
- Capital de giro negativo: a empresa gasta mais do que recebe. Apesar de parecer um cenário ruim, uma empresa em crescimento pode ter esse diagnóstico, já que é normal haver mais investimentos e custos em expansão;
- Capital de giro positivo: a empresa gasta menos do que recebe. É um sinal de que ela está pagando sua operação naturalmente, o que pode significar uma constante de alta ou estagnação de resultados;
- Capital de giro líquido: nesse caso, é o montante de recursos exceto os ativos não circulantes. Ou seja, seus imóveis e bens não entram na conta, já que não são conversíveis em dinheiro a curto prazo;
- Investimento em Capital de Giro: é destinado a cobrir encargos que o negócio terá após realizar um investimento, como quando há troca ou melhoria de maquinário, por exemplo. É necessário equilibrar esse tipo de capital para que haja recursos em caixa para outras despesas.
Para saber mais sobre os tipos e como gerenciar o capital de giro da sua empresa, acesse esse artigo.
Como calcular o Capital de Giro?
Como dissemos anteriormente, o capital de giro é o valor total dos ativos circulantes, o que sua empresa precisa para continuar operando. Porém. para chegarmos ao valor do capital de giro líquido. é preciso subtrair todo o ativo circulante (AC) pelo passivo circulante (PC). Ou seja, o que importa nesse cálculo é o dinheiro da sua empresa que será usado nos meses seguintes, sem contar com aquele recurso já direcionado para as despesas do mês atual.
O cálculo seria assim:
- capital de giro líquido: CGL = AC – PC.
Ainda com dúvidas? Vamos entender melhor o que significam essas siglas:
Ativo circulante (AC)
Em primeiro lugar, os ativos circulantes são os ativos do negócio que podem ser facilmente convertidos em dinheiro, dentro de um ano ou ciclo operacional normal do negócio, o que for maior. Esses ativos costumam incluir:
- Equivalentes em dinheiro e dinheiro;
- Inventário;
- Contas a receber;
- Títulos Comercializáveis;
- Despesas pré-pagas;
- Outros Ativos Líquidos.
Passivo circulante (PC)
Por outro lado, aqui estamos falando sobre as obrigações do negócio, que são baseados em um ciclo operacional ou um ano, o que for maior. Esses passivos são pagos utilizando os ativos atuais do negócio ou criando outros passivos circulares.
Portanto, o circulante passivo inclui:
- Contas a pagar;
- Notas a pagar;
- Parcela atual da dívida de longo prazo;
- Passivos Acumulados;
- Receitas Não Obtidas.
Como saber se realmente preciso de Capital de Giro?
Teoricamente, bastaria ter sempre um valor disponível suficiente para cobrir todas as despesas, gerenciando bem o fluxo de caixa. Mas, algumas situações podem ser um obstáculo, justificando a necessidade de capital de giro.
Considere o caso de uma loja de calçados que compra 20 pares de sapatos por R$ 80,00 cada por um custo total de R$ 1.600,00. Ela vai vender o par por R$ 120,00. Daí, consegue vender:
- 5 pares à vista = R$ 600;
- 10 a prazo (divididos em 3 vezes) = R$ 400,00 no próximo mês;
- os outros 5 continuam no estoque = R$ 0 de entrada.
Logo, em relação aos 20 pares, ela terá R$ 1.000,00 no mês seguinte para repor o valor inicial investido, e ainda direcionar em outros custos operacionais da loja. Se algo semelhante ocorresse com outros produtos da empresa, é possível que ela tivesse problemas para arcar com suas obrigações, especialmente se não houvesse um bom planejamento do capital de giro.
Assim, o capital de giro se torna uma espécie de reserva de onde você vai tirar recursos enquanto os pagamentos não forem feitos. Nesse caso da loja de sapatos, mesmo que 5 pares ainda não tenham sido vendidos e ainda falte receber R$ 800,00 dos pares negociados a prazo, o capital de giro poderia “segurar” as pontas até que esse dinheiro entrasse.
Podemos citar também o problema da sazonalidade. Por exemplo, as papelarias têm seus picos de vendas no início das aulas, mas em outros meses o fluxo pode ser pequeno. Então, é preciso planejar o capital de giro para conseguir um equilíbrio e garantir recursos, para arcar com as despesas mesmo em meses de menor movimento.
Além disso, também existem imprevistos que também podem afetar a saúde financeira da empresa, como imprevistos, crise econômica e oscilação dos mercados.
Por quanto tempo seu capital de giro precisa ser capaz de sustentar as operações?
No geral, visa-se um horizonte de 6 meses. Essa é uma expectativa razoável. Com isso em mente, o cálculo é simples: somam-se todos os custos da empresa de 1 mês e multiplica-se por 6.
Por exemplo, digamos que as despesas mensais da sua empresa somem R$ 150 mil. O cálculo do capital de giro ficaria assim:
- capital de giro = R$ 150.000 x 6;
- capital de giro = R$ 900.000.
Dessa forma, no pior dos cenários, o capital de giro seguraria as operações da empresa, envolvendo compra de insumos, fornecedores, salários de funcionários, entre outros, por pelo menos 6 meses. Dessa forma, o empresário tem a segurança de que conseguirá lidar com momentos de emergência e terá tempo suficiente a fim de adotar ações para minimizar ou reverter as perdas.
Dito isso, a ideia básica é que quanto maior for seu capital de giro, mais tempo você terá para manter sua empresa funcionando nos próximos meses, e cumprindo suas obrigações. Assim, mesmo que as vendas/contratações tenham sido baixas ou surjam despesas imprevistas, os custos operacionais estarão em dia.
Como adquirir o Capital de Giro?
Um dos grandes desafios para as empresas é levantar esse fundo financeiro que representa cerca de 6 vezes o valor de suas despesas mensais. Isso, sem dúvida, pode exigir tempo e um bom planejamento. Mas, lembre-se: pelo tempo que sua empresa não tem capital de giro, ela estará vulnerável.
Porém, existem algumas estratégias que agilizam a obtenção e ampliação desse montante, como é o caso do empréstimo empresarial. Essa alternativa pode ser bastante interessante no início do negócio, quando os gastos costumam ser maiores que as receitas.
Sabendo disso, a Nexoos facilita a obtenção de renda extra conectando investidores a empresários em busca de recursos. Essa modalidade é conhecida como peer-to-peer lending e traz diversas vantagens quando comparada a empréstimos bancários convencionais:
- As taxas de juros reduzidas;
- A burocracia é menor;
- O crédito é liberado rapidamente;
- Seus bens não são utilizados como garantia;
- O processo é realizado totalmente online.
Como fazer a Gestão do Capital de Giro?
Para evitar que sua empresa fique sem recursos para funcionar, é fundamental ter as finanças do negócio sob controle. Assim, para que você possa fazer um gerenciamento de Capital de Giro efetivo, selecionamos algumas dicas:
Faça um planejamento estratégico
Com o planejamento correto, a sua empresa terá um fluxo de caixa equilibrado e menos imprevistos causados pela má administração do capital de giro.
Além disso, o planejamento permite que a sua empresa pague as contas em dia, compreenda melhor a demanda dos clientes, e até invista os recursos em outras áreas.
Para garantir um bom planejamento do capital de giro, é necessário:
- Planejar os gastos futuros;
- Registrar todas as entradas e saídas;
- Otimizar e reduzir custos.
Logo, ao fazê-lo procure especificar seus objetivos em longo, médio e curto prazo, assim, você terá uma ideia melhor de como manter o seu capital de giro, sempre de acordo com as suas necessidades.
Negocie com os fornecedores
Caso não tenha um relacionamento de longo prazo para negociar com os fornecedores, é possível planejar o uso do capital de giro conforme a entrada de dinheiro em caixa. Para isso, defina os prazos dos fornecedores após as datas de pagamentos dos clientes.
Quanto maiores forem os prazos para efetuar o pagamento aos seus fornecedores, mais tempo você possui para organizar seu caixa. Muitos fornecedores são bem flexíveis e aceitam prazos estendidos de 45 ou até 60 dias. Mas, nunca atrase o pagamento desse fornecedor, em vez disso, se for necessário, renegocie o valor.
É importante entender que a negociação por melhores prazos com seus fornecedores é essencial, já que se você demorar muito para produzir, vender e receber seus produtos, e tiver um prazo curto para o pagamento, é possível que você fique sem recursos de curto prazo.
Controle o seu estoque
Entenda como funcionam as suas vendas e eventuais períodos de sazonalidade e defina as quantidades que devem ser compradas. Ou seja, pensando em estratégias de promoções e até mesmo redução de preços, para não ficar com estoque parado e sem capital de giro.
Esse controle é extremamente importante para o cálculo. Por exemplo, se todas as obrigações forem cumpridas e sobrar uma pequena liquidez, porém o estoque estiver baixo e não controlado, o planejamento estará errado. Em breve, um pedido ao fornecedor que exija um gasto acima das disponibilidades, resultará em capital insuficiente.
É claro que as aquisições podem ser feitas a prazo. E mesmo nessas condições, o controle de estoque precisa estar em dia, pois isso possibilita a adequação das obrigações futuras adquiridas em relação ao capital e ao fluxo projetados, contribuindo também para a projeção de seus saldos consolidados.
Mantenha um bom fluxo de caixa
O fluxo está intimamente ligado à sustentabilidade financeira da empresa, pois engloba os recebimentos e as obrigações. E além de controlar os números em movimento, o fluxo de caixa também deve projetar as contas a pagar, receber e saldos disponíveis em curto e longo prazos.
Assim, é possível saber quais são os valores que influenciarão no capital de giro e se é ou será necessário tomar alguma decisão para manter as finanças saudáveis.
Tenha um sistema de cobrança eficiente
Por mais que se busque evitar, sempre surgem clientes inadimplentes. E quanto mais devedores se tem, mais capital de giro é necessário. Nesse sentido, ter um setor especificamente voltado às cobranças e um instrumento de automatização, os quais melhorem os pagamentos dos clientes devedores, impede que você entre no vermelho por faltas reversíveis de pagamento.
Para saber mais sobre como fazer esse gerenciamento, recomendo que você leia o nosso artigo completo sobre o assunto: Administração de Capital de Giro: as 5 melhores práticas.
Esperamos que este guia tenha ajudado você a entender os principais aspectos relacionados ao capital de giro e como monitorar. É um assunto indispensável para qualquer empreendedor garantir a liquidez do seu negócio e crescer de forma sustentável!
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