Por Murilo Bássora
ÍNDICE
A recusa de crédito pode ser um grande obstáculo para o empreendedor obter recursos e investir no crescimento do seu negócio. Saiba como evitar isso!
O crédito é uma ferramenta estratégica importante para que a empresa continue investindo em seu crescimento. Ele impede que as operações da empresa percam o ritmo ou até freiem. Mas conquistar esse recurso pode ser uma tarefa árdua. A recusa de crédito é uma barreira que assombra muitos empreendedores, que podem se ver sem saída diante de um não da instituição financeira.
É importante lembrar que os bancos e as instituições financeiras realizam uma análise detalhada para aprovar ou não a concessão de crédito. Os critérios usados por eles vão desde a avaliação do patrimônio líquido da empresa até a quantidade e qualidade dos clientes.
Apesar das restrições impostas, as concessões de crédito no Brasil estão a todo o vapor. Segundo Banco Central, essas operações superam os R$ 300 bilhões por mês, atestando o valor do crédito para fomentar o crescimento econômico no país.
E para garantir o crescimento sustentável da sua empresa, é fundamental que você entenda bem quais são as principais barreiras que podem impedir sua empresa de conquistar o tão esperado crédito para empreender e assim tomar as melhores decisões de negócios. É sobre isso que falaremos neste post.
1. Não atingir a nota mínima para conseguir o crédito solicitado
Em primeiro lugar, saiba que o relacionamento da sua empresa com o mercado de crédito está sendo avaliado a todo o momento. O resultado dessa avaliação chama-se “nota de crédito”, ou “score de crédito”, um modelo de análise estatístico que serve como ferramenta para as instituições financeiras concederem o recurso.
Entre os principais comportamentos relevantes para essa avaliação, estão:
- hábitos de pagamento;
- atualização de dados cadastrais;
- histórico de dívidas negativadas;
- relacionamento financeiro com empresas.
Em resumo, quanto maior o seu score, menores as chances de você sofrer com a recusa de crédito que poderia impedi-lo de receber recursos para investimentos.
Existem no mercado diversos modelos estatísticos para análise de crédito, e uma das mais conhecidas é o Serasa Score, que vai de zero a 1.000 pontos. Aqueles que possuem uma nota acima de 700 pontos são considerados como baixo risco de inadimplência.
A empresa detentora da análise estatística não define uma nota de corte, por assim dizer. Cabe às instituições financeiras estabelecer um score mínimo. Se sua empresa estiver abaixo desse valor, muito provavelmente terá o crédito recusado.
2. Ter restritivos que resultam na recusa de crédito
Se a empresa estiver negativada em algum órgão de proteção ao crédito — SPC ou Serasa, por exemplo —, a recusa de credito é praticamente certa. Isso também vale para os sócios já que é comum as instituições financeiras analisarem o CPF dos empreendedores em busca de restrições. Entende-se que, se um sócio tem problemas com suas finanças pessoais, isso provavelmente respingará nas finanças da empresa.
O cenário aqui pode ser bem diverso, conforme o banco ou a instituição financeira. Apesar de o Banco Central manter o cadastro de inadimplentes apenas por dois anos, os bancos podem guardar cópias e usar esses registros como base para a recusa de crédito, ainda que isso seja questionável.
Em outros casos, a empresa pode quitar sua dívida na instituição financeira e então conseguir liberação para um novo crédito. Outros problemas que são restritivos aqui geralmente estão relacionados a:
- falta ou divergências nas documentações legais, como registros oficiais ou licenças;
- empresa recente, sem um histórico sólido de faturamento;
- falta de qualidade da carteira de clientes.
3. Não atingir o mínimo necessário por conta de resultados econômico-financeiros insuficientes
Para conceder o crédito, a instituição financeira deseja ter garantias de que sua empresa será capaz de honrar com compromisso. Aqui que entra um dos 5 Cs da análise de crédito: a capacidade, ou seja, a margem que o negócio tem para arcar com nova dívidas.
Devem ser levados em consideração a dívida que a empresa já detém, o fluxo de vencimento de suas obrigações, o perfil das dívidas e tudo o mais que poderia impactar a capacidade de ressarcir um novo crédito.
4. Ter um faturamento baixo ou inconstante
Pode acontecer de sua empresa e seus sócios estarem quites no mercado de crédito, sem dívidas ou quaisquer outras pendências burocráticas, mas mesmo assim, levar uma recusa de crédito. O que poderia ser? A resposta pode estar no faturamento.
Se o budget do seu negócio anda apertado, suficiente apenas para pagar as dívidas atuais, isso pode ser um mau sinal. Afinal, qualquer Imprevisto financeiro poderia comprometer todas as operações da empresa.
Por esse motivo, o histórico de entradas e saídas e as declarações tributárias são registros muito solicitados em análises de crédito. O objetivo é avaliar se seu fluxo de caixa ainda tem margem suficiente para acolher uma nova obrigação. Outros documentos que podem ser solicitados incluem:
- balancete analítico e patrimonial;
- contrato social;
- Declaração Integrada de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica — DIPJ;
- faturamento mensal do último ano-exercício;
- avaliação de uma auditoria terceira;
- se a ideia for abrir uma empresa ou ampliar sua atuação, será necessário apresentar um plano de negócios;
- quadro de sócios.
5. Apresentar informações incorretas ou desatualizadas
Talvez a recusa de crédito tenha um motivo mais simples. Como vimos, as instituições financeiras analisam uma série de informações para conceder ou não o crédito. Se os dados repassados estiverem incorretos ou desatualizados, poderá haver problemas. Por isso, fique atento ao cadastramento, informando corretamente todos os dados e certificando-se de que estejam atualizados.
É claro que cada financeira ou banco definirá suas próprias políticas para avaliar a concessão de créditos. Até mesmo fatores relacionados à economia do país podem interferir na abertura de crédito no mercado — em períodos de instabilidade e recessão, as normas podem até ficar mais rígidas.
Mas o que cabe ao empreendedor é zelar sempre por seu fluxo de caixa para manter uma situação financeira estável e promissora, reduzindo ao máximo as chances de ter o crédito negado.
É fundamental que o empresário mantenha também sua documentação em dia e desenvolva uma boa relação no mercado. Dessa forma, evitará a recusa de crédito e manterá sempre abertas as portas para conquistar recursos a fim de garantir um crescimento sustentável par ao seu negócio.
Uma das formas de deixar suas finanças em dia é por manter-se informado sobre as melhores práticas. Por isso, leia nosso artigo sobre Gestão Financeira: 5 erros perigosos e como evitá-los.
Os comentários estão fechados.