Por Murilo Bássora
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Apenas 9% das micro e pequenas empresas pretende recorrer ao empréstimo. É o que afirma levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes (CNDL).
Quase 60% dos empresários não têm pretensão de investir, e entre os que pretendem, mais da metade usará capital próprio para fugir dos elevados juros bancários e da burocracia.
Para fugir da estagnação em cadeia, a alavancagem é positiva e exige atenção quanto aos empréstimos B2B. Quer saber um pouco mais sobre o assunto? Continue lendo!
Burocracias na obtenção de empréstimos B2B
Os empréstimos business-to-busines (B2B) possuem regras rigorosas. Se você está buscando investimento por meio dessa modalidade, fique de olho nesses pontos:
Custo Efetivo Total
Toda operação financeira entre empresas sofre incidência tributária. O problema é que essa cobrança nem sempre está clara para o tomador de crédito, que acaba identificando vantagens observando apenas a taxa de juros aplicada.
A bem da verdade, o que precisa ser avaliado é o Custo Efetivo Total (CET) do crédito, que concentra todos os encargos e despesas que incidem nos empréstimos. Mesmo um empréstimo concedido a uma taxa de juros inexpressiva será impactado por outras cobranças.
Considere um empréstimo no valor de R$ 1.000,00, concedido a uma taxa de juros de 12% a.a. (cerca de 0,95% a.m.) e que será quitado em cinco parcelas de R$ 207,79. Essa operação sofre incidência de imposto (R$ 5,00), seguro (R$ 5,00) e tarifa (R$ 50,00). Nesse cenário, o empréstimo terá o Custo Efetivo Total de 37,97% a.a. (2,72% a.m.), mais do que o dobro da taxa de juros cobrada.
Documentação necessária
A concessão de empréstimos B2B requer a apresentação de documentos.
O principal registro exigido é o contrato social, a partir do qual o credor consegue verificar todas as informações relacionadas à constituição da empresa, como dados sobre os sócios, ramo de atuação e capital social.
Qualquer alteração nessa composição — como entrada e saída de sócios e integralização de capital —, pode levar à cobrança de documentos adicionais. Atas, anexos e outros registros, são exemplos.
Plano de negócios e garantias
A avaliação para liberação de crédito é rigorosa quanto aos propósitos do financiamento e às condições de quitação dos débitos. Para fazer esse levantamento, o credor precisará do plano de negócios, bem como registros contábeis e financeiros.
O plano de negócios deve conter todas as necessidades da empresa e as oportunidades de mercado que ela pretende alcançar, bem como perspectivas quanto ao prazo e montante de retorno sobre o investimento.
O projeto será estudado considerando a realidade financeira da organização no atual momento por meio de balanços e demonstrações contábeis. O balanço patrimonial irá demonstrar quais são os ativos que compõem o patrimônio da empresa e que poderão ser oferecidos como garantia.
Para se ter uma noção fidedigna da situação financeira da empresa, é comum que sejam solicitados documentos relativos a um determinado período de tempo, como, por exemplo, os últimos três anos.
Além disso, a instituição credora poderá exigir também outras garantias, como a presença de avalistas ou o tempo mínimo de atuação da empresa e de relacionamento bancário.
Alternativas aos empréstimos B2B
Os empréstimos B2B tradicionais passam por esse processo longo e burocrático exigindo visitas presenciais e entrega de papelada.
Por isso novas modalidades de empréstimos B2B têm surgido. É o caso do empréstimo coletivo, ou peer-to-peer (P2P) lending. Com um processo mais simples e rápido, o P2P Lending promove a conexão entre pares, ou seja, aproxima empresas que buscam financiamento com quem tem recursos para investir.
As taxas de remuneração e o prazo para pagamento do financiamento são estabelecidas pela empresa de peer to peer lending, sendo que toda a transação é feita online e de forma simples. Assim, os custos e a burocracia são reduzidos em comparação a versões tradicionais de empréstimos B2B.
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